segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Luis Pedro Bandarra em exclusivo.


Desporto no Mundo (DnM) - Depois de uma época em que se pode considerar de boa na AD Paredes do Bairro, porquê o regresso à AR Aguinense?

Luis Pedro Bandarra (LPB) – É verdade. Em primeiro lugar quero deixar claro que foi com muito orgulho que representei o Paredes. Foi um projeto que tive pena de não poder dar continuidade, porque criámos realmente um grande espirito de equipa entre atletas, treinadores e fisioterapeuta. As razões desta interrupção agora não interessa explicar, mas se não fossem essas mesmas razões estou convencido que hoje teríamos uma grande equipa e a lutar pelo 1º lugar. O regresso ao Aguinense? Bem, regressei porque fui convidado e apresentaram me um projeto bom também. Apresentei algumas condições e todas elas foram aceites. Deste modo, como havia e há uma grande vontade minha em voltar a fazer do Aguim um clube desejado e respeitado pelos melhores atletas, aceitei o desafio.

DnM – Como estão a decorrer estes primeiros tempos?

LPB – Posso dizer que estão a decorrer com mais dificuldade do que esperava. Mas nada que eu e a minha equipa técnica não consigamos resolver. Como sabe há o projeto para a colocação do sintético em Aguim. Desse modo, tivemos de nos mudar de armas e bagagens para Anadia, a fim de realizar os nossos treinos, uma vez que o nosso campo já se encontra em obras. Depois de uma análise aos atletas do ano anterior, fiz uma seleção dos que realmente me interessava trabalhar e com os reforços que pedi, construímos uma equipa nova. Além disso, na pré – época os atletas foram chegando à vez, ora por estarem de férias, ora por causa do trabalho, ou outros motivos. Houve ainda atletas com lesões. São alguns dos motivos para que as coisas ainda não estejam a funcionar como quero e desejo.

DnM – Em termos de plantel. Tem todos os atletas que queria?

LPB – Um treinador jamais pode dizer que tem todos os atletas que quer. Mas neste caso, posso dizer que sim, para este nível, para as posses que o Aguinense tem neste momento, tenho todos os atletas que desejei. Apenas aguardamos a chegada de um atleta (Samuel) que se encontra no estrangeiro e virá em Novembro. Há um outro atleta que gostaria de ter, que se tinha comprometido connosco e depois alegou falta de vontade que foi o Fábio Gorjão. De resto tenho todos com quem quis trabalhar. Mas deixo um alerta a quem não me conhece bem. Conto com todos os que estão dispostos a sacrificarem-se pelo clube e por mim. Aqueles que me passam a mão no ombro no momento e depois me traírem, vão ter caminho difícil pela frente.

DnM – Quer-nos contar o que se passou com os atletas Miguel Sécio e o César?

LPB – Sim, vou abrir uma exceção e contar a verdade. Fala-se muita coisa e pouca coisa certa. Quando a direção do Aguinense me abordou para esta época, disse-me que tinham convidado todos os atletas da época anterior. Fantástico, disse eu. Até que enfim que começam a trabalhar como deve ser na distrital. Mas, vinquei isso, que eu não seria obrigado a ficar com todos no plantel este ano. Viriam treinar e depois com os reforços que tinha para trazer iriamos fazer o plantel para este ano. Antes de começarem os treinos fiz uma análise ao plantel anterior e escolhi, mesmo sem treinarem, os que queria para esta época. Logo aí, os dois atletas que referiu não entravam nas minhas escolhas. O Miguel, não entrava, não porque não tivesse valor e fosse uma mais-valia, mas simplesmente porque da última vez que foi meu atleta não correspondeu ao que esperava dele em termos de assiduidade aos treinos e comportamento em campo. Não posso aceitar que um atleta me diga que não treina porque não lhe apetece, etc etc. Esse é o verdadeiro motivo pelo qual não o quis no plantel este ano. Nada me garantia que não fizesse o mesmo esta época. Mais tarde soube que também tinha dito a alguns diretores que não tinha disponibilidade para jogar este ano. Que isto fique bem claro. Este foi o motivo e não por causa de outro atleta, minha escolha desde a primeira hora, com quem não se dá. Quanto ao César, também meu atleta na minha última passagem pelo clube, as razões foram de ordem técnica e de comportamento para comigo nessa época.

DnM – Perspetivas para esta época?

LPB – As perspetivas com este plantel têm obrigatoriamente de ser elevadas. Agora em termos de realidade, está a ser mais difícil do que esperava. Temos um presidente que dá o que tem e não tem, temos um diretor desportivo que ainda se está a adaptar ao cargo e nós a ele mas que tem sido de um apoio bom e temos sempre o diretor de campo presente ao treinos. Trabalho com uma equipa técnica que se complementa de uma forma fantástica (Pops e Marco Cadeiras) e um plantel maior do que desejava mas que aos poucos me vai dar o que quero porque vão perceber que o que quero é o melhor para eles. Só não posso estar contente com as criticas que temos sido alvo de uma pessoa que escreve para um órgão de comunicação social da região e que está por dentro do que se passa com a equipa. Ninguém está imune a críticas, e eu como treinador muito menos, mas acho que se tem ultrapassado todos os limites. Sinto quase como um ataque pessoal. Não é assim que se melhora, que se dá confiança a um grupo novo e que se está a formar, porque a equipa sente a crítica como a atingi-la. Pede-se mais carinho e respeito por todos.

DnM – Quer deixar algum apelo aos nossos leitores?

LPB – Sim quero deixar claro que é com muito orgulho que estou a servir o Aguinense e não a servir-me dele. Quero apelar a todos os sócios e simpatizantes que compareçam aos jogos a apoiar, porque queremos voltar a ter uma equipa que orgulhe todos os “Guinatos” e ganhe jogos todos os domingos e que os atletas queiram representar este histórico da bairrada. E ainda que colaborem com esta direção porque mais uma vez volto a afirmar são fantásticos naquilo que fazem.
CB

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